terça-feira, 4 de janeiro de 2011

BUE é bonita mesmo



Mas vamos do começo.

Em primeiro lugar, despedida formal de meu tênis de quase 20 anos.  Deixei-o em El Calafate,afinal ele merecia um local glorioso para repousar ad eternum.  Vai ser difícil adaptar-me ao tênis que tenho em casa (novinho) há anos, com cadarços.  Mas é a vida.  Adeus, meu fiel amigo!

Ontem, como mencionei em post anterior, o tempo ficou feio em El Calafate, mas até a saída do voo para BUE já deu uma melhoradinha. Mesmo assim, muito longe do que foram os 7 dias que passei na cidade.

Fui para o aeroporto tranquilamente, fiz meu check-in (a Aerolineas só tinha uma posição de atendimento para vários voos que saem quase ao mesmo tempo. Um horror!) e fiquei aguardando a hora de embarcar.  Chegaram minhas amigas, e, felizmente, uma delas, escolada em viagens, foi perguntar sobre taxa de embarque.  E não é que tínhamos de pagar P$ 38, senão não embarcaríamos? O motivo de minha surpresa é que: (1) a última taxa de embarque que pague foi há uns 10 anos, depois disso sempre esteve incluída no bilhete; (2) nem a loja da Aerolineas (poderiam inclusive cobrar ali e tornar todo o processo mais expedito para todos os lados) quando fiz meu pré-check-in, nem o balcão no aeroporto salientaram isso.  O caixa, está longe dos balcões de check-in, não há avisos luminosos.  Imaginem o "lio":  você não sabe da taxa (ah, sim, no boarding pass também não há nada escrito tipo: verifique se há taxa a pagar, ou não deixe de pagar sua taxa de embarque antes de dirigir-se ao embarque), vai para fila, chega na porta no embarque e...é solicitado a voltar para trás, pagar aquilo correndo, voltar correndo, para não perder o voo.  Ali dão 30 minutos entre início do embarque e levantar voo, o que significa pegar fila, passar pelo controle de embarque da companhia aérea, passar no raio-x, subir uma escadaria de 25 degraus, correr pelo finger e entrar no avião.  Parece muito tempo, mas não é, sobretudo porque só há um equipamento de raio-x, a tal escadaria não é facinha, principalmente se se está carregando algum peso.

Quando cheguei, só percebi que o aeroporto era pequeno, mas agora ao embarcar para BUE percebi que ele está muiutooo aquém do que é necessário para uma cidade que vive basicamente de turismo, cresceu e está crescendo tanto. E pasmem: a área da lanchonete, que obviamente é alguma concessão, é maior do que o espaço dedicado ao raio-x + formação de fila para embarque + balcões de chek-in das companhias.  Alguma coisa está bem errada nisso, né, não?

E é uma pena esse imbroglio final, pois isso deixa uma péssima impressão no turista. Muita bagunça, muita impovisação, muito desconforto no adeus.  Muita gente não voltará, com certeza.

Como o tempo melhorou, o avião decolou no horário, e chegou um pouquinho atrasado em BUE. O Aeroparque (que fica dentro de BUE) é pequeniníssimo para o volume de voos. Menor que Congonhas, acho, sendo que o Aeroparque recebe/despacha inclusive voos internacionais.  Meu voo chegou junto com outros 3, aí a coisa pegou. Nada de vir as malas, uma demora bem considerável. Depois fila para os táxis: nada muito complicado, mas demorou um pouco.  Eu tinha horário com o pessoal que me alugou o apartamento em BUE às 19h20, às 19h01 peguei o táxi! Ainda bem que o celular funciona bem por aqui.  Liguei para informá-los que me atrasaria uns10 minutos. Sorte que o trânsito, apesar da segunda-feira e meio que horário de pico, estava bom. Como SP, BUE também está um tanto vazia. Muita gente ainda em férias, muitos foram para o litoral ou até para Viña (Chile), então até a semana que vem isto aqui está bem tranquilinho.  Verdade que há zilhões de brasileiros, aliás em alguns espaços é mais fácil ouvir português do que espanhol, mas mesmo assim a cidade está tranquila.

Vale lembrar que o táxi em BUE é baratíssimo e há zilhões de táxis.  Alguns carros muito bons, outros meio baleados, motoristas em geral de boa vontade, falantes, simpáticos. E o pessoal aqui toma táxi! Bom, eu também tomaria se o preço fosse o mesmo em SP.  É preciso dizer que o trânsito aqui tem suas complicações, mas nada que se compare a SP atualmente.  E o pessoal no volante corre por aqui, atravessa cruzamentos menores quase que sem olhar. Um negócio! Mas não vi nenhum acidente até agora, e olha que andei o dia todo por regiões bem movimentadas.  E em alguns aspectos os motoristas daqui são tão ruins quanto os de SP (http://mskeller.blog.terra.com.br/2010/09/24/reflexoes-de-um-passageiro/).  Ontem, quando vim para o apartamento, o táxi não sabia de que lado ficava o número que lhe passei. Ora, ora, ora...é a mesma coisa que um motorista em SP não saber para que lado estão os números pares ou ímpares da Paulista, da Consolação, da Rebouças...e a Corrientes é uma das principais artérias da cidade. Ou seja, lá como cá, o pessoal não enobrece muito a profissão.Ah, e aqui têm um superobelisco.  Sei não se todos sabem onde fica.

Bem, cheguei ao endereço do apartamento que aluguei (Av. Clorrientes com Riobamba), e lá estavam os proprietários do imóvel e a pessoa da ByT.  Eu soube por uma amiga desse esquema de aluguel de apartamentos para curtíssimos, curtos, médios, longos prazos em BUE.  Nós, brasileiros, sempre ficamos um tanto desconfiados de acertos à distância sobre coisas que não vimos de fato, mas aqui funciona muito bem. Aliás, parece-me que a ByT é a maior companhia, mas existem muitas outras.

Funciona assim: o proprietário põe o imóvel para alugar em várias empresas (mínimo 5 dias, em geral).  Disponibiliza fotos, descrição detalhada, e até opiniões de pessoas que já utilizaram o imóvel.  Tem centenas à disposição.  Você entra no site das empresas que alugam, escolhe o apartamento, manda uma solicitação de reserva.  Daí uns dois dias respondem (como o imóvel está em várias empresas, eles precisam se certificar de que ainda está available).  Confirmada a disponibilidade, pedem seu cartão de crédito para cobrar a comissão (no meu caso US$ 45).  O apartamento e um depósito de garantia (este devolvido integralmente na devolução do apartamento, após vistoria pelos proprietários e pela empresa) têm de ser pagos cash.  No meu caso, US$ 300 das diárias e outro tanto pelo depósito.  É muito barato, pois um hotel bonzinho para o mesmo período me saria no mínimo pelo dobro, i.e., US$ 600.  Claro que eu tive de comprar umas coisinhas para o café da manhã ou terei de pagar algo para tomar café em alguma padaria, ou cafeteria, mas a diferença ainda é bárbara. E você tem toda liberdade, pode tomar um lanche à tarde ou à noite, por exemplo.  Bem,vamos esperar o final para ver se dá tudo certo, aí mando o link o meu apartamento, o texto que a ByT manda para a gente quando da reserva, etc.

O apartamento que aluguei fica numa área bem central, com tudo muito fácil (hoje fui a pé daqui até Madero - dá uns 20 quarteirões, mas tudo tranquilo, plano, fácil): restaurantes, supermercados, farmácias, livrarias de monte, teatros (pena que tudo começa a partir da semana que vem, senão...tem uns 3 teatros aqui perto. Um inclusive vai levar Drácula, musical).  Apesar do movimento, não tem barulho excessivo.  O apartamento é um estúdio: varandinha muito boa, protegida pelas árvores da rua, quarto-sala bem amplo, banheiro bem bom, mini-cozinha. Todo aparelhado: tv, forno microondas, fogão top, cabo, internet, cofre, telefone sem custo para ligar para BUE, ar condicionado, portaria 24 horas (mais o porteiro dorme à noite aqui, do mesmo jeito que em SP).  Há uns 10 apartamentos por andar. Tem uns 150 apartamentos. Não é um prédio super bem mantido, mas como é para entrar e sair, está ótimo.

Há um vizinho, duas portas adiante, que fica com o apartamento aberto.  Passei por lá umas 3 vezes em horários diversos e lá estava ele: lendo o jornal, na janela...weird!  Mas tudo bem.  O fato é que é tudo bem silencioso.  Único senão: cheiro de cigarro pelos corredores. O pessoal daqui da cidade fuma bem.

Os donos do apartamento são um casal de idosos. Devem ter feito seus investimentos, e hoje ganham uma boa graninha com o aluguel do apartamento. Aparentemente eles não têm problemas com os inquilinos.  Aliás o imóvel deles está alugado até abril, se não me engano. Eles proveem roupa de cama (mais uma troca), de banho (várias trocas), produtos de limpeza, até de toalete, louças, talheres, panelas, enfim, uma estrutura muito boa.  É tudo bem simples, mas funciona.

Hoje cedo fui ao Dia que existe aqui em frente, Tão ruim quanto em SP: sujo, desabastecido, com alguns itens em péssimo estado.  Comprei só o estritamente necessário.  Há outro supermercado uma quadra adiante. Amanhã passo lá.  Mas já tenho tudo o que preciso para o café da manhã e algum lanchinho.

Apesar de a cidade estar cheia de turistas e ser período de férias no próprio país, muitas coisas só reabrem em fevereiro ou março. Bom, né?  Exemplo: Teatro Colón (http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Col%C3%B3n), para visitas = março; prédio dos tribunais (http://es.wikipedia.org/wiki/Tribunales_(Buenos_Aires) = fevereiro.  Fiz uma visita ao Colón há muitos anos, bem antes da reforma/restauração, então gostaria de visitá-lo novamente, mas não deu/vai dar. A gente tem de contar com a boa vontade e com o que sabem porteiros, seguranças, recepcionistas. É mole?  Bem, fiz algumas fotos e vídeos. Andei para caramba.  Vejam no Google Maps - Corrientes 1965 até Puerto Madero, fazendo uma passagem pelo centro da cidade (Florida e companhia).  Foi ótimo!  Como já estive na cidade algumas vezes, agora quero mesmo é flanar, ver uma coisa ou outra, o que der vontade, e só.

Madero está muito bonito. Quando vim aqui pela última vez, há muitos anos, os armazéns ainda não estavam todos recuperados. Agora está quase tudo em ordem.  Há muitos espaços para alugar, mas aumentou o número de restaurantes, o calçadão foi ampliado, está tudo muito bem mantido.  Uma delícia andar, sentar, olhar o rio, atravessar os pontilhões, olhar para o entorno.

Nossa, comentário totalmente aleatório:como tem bidê no país!  No hotel, neste apartamento.  Acho que a duchinha higiênica não faz muito sucesso por aqui.

E pelo centro da cidade tem muita distribuição de propaganda: restaurantes, câmbio, excursões. Gente de monte fazendo esse trabalho.  Foco: brasileiros sobretudo.

Ontem fui jantar num restaurante muito bacana, que pertence a um produtor de vinhos.  Pratos excelentes, serviço muito bom, local agradabilíssimo. Recomendo: Experiencia del Fin del Mundo (http://www.bodegadelfindelmundo.com/#/novedades/) (http://www.bodegadelfindelmundo.com/Experiencia/Default.aspx).

Bom amanhã é dia de ir para o lado dos parques, Retiro, Palermo. Parece que vai chover por aqui, mesmo assim vamos que vamos.

Link fotos/vídeos: http://picasaweb.google.com/miriamkeller/BUE412011?feat=directlink

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