sábado, 8 de janeiro de 2011

Quase acabando...


Pois é, e só agora me dei conta de que não conheço nada de BUE.  Na verdade, até conheço alguma coisa, mas aquelas coisas que muita gente visita (Belas Artes, Biblioteca Nacional, Casa Rosada, Colón, etc.), mas tem muito mais, muito diferente e muito bonito.  Tudo bem, voltarei e me dedicarei a essa nova BUE (post seguinte).

Hoje foi dia de muitas andanças e de um calor danado (de 32 a 36C).  Fui até a Ateneo (http://www.ohbuenosaires.com/weblog/el-ateneo-de-buenos-aires) (link de fotos e vídeos abaixo). Lembro-me de tê-la visitado na última passagem por aqui.  Ficou na memória uma entrada meio escura, por causa de madeira, menos iluminação, afinal ela é centenária.  A visita de hoje foi uma boa surpresa: está repaginada, linda, harmonia total entre o belo, tradicional, e o moderno, tecnológico.  Menos vendedores, como em todos os lugares de "self-service" em que a informática firmou-se, mas o encanto da arquitetura da livraria, de seu teto, de seus balcões, é imbatível.  Uma delícia!  E como havia brasileiros! Muitos comprando livros.  Da mesma forma que quanto à Bienal do Livro (http://mskeller.blog.terra.com.br/2010/08/15/nao-basta-ser-uma-bienal/), se todos lerem uma partezinha do que compraram o Brasil estará salvo...mesmo que passando a falar espanhol.  Brincadeira...Bom rever esse templo da beleza e da leitura.

Depois, a caminho do Belas Artes (http://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_de_Belas_Artes_(Argentina) vejam que interessante a peregrinação do Museu até chegar ao edifício atual); Museu de Arte Decorativa (http://www.mnad.org/index.php?subP=portugues) - fechado até a semana que vem; Biblioteca Nacional (http://www.bn.gov.ar/) - fechada até 6/2!!!!!! Gente, quem quiser fazer um passeio mais cultural não venha à Argentina entre final de dezembro, janeiro e fevereiro.  Fecha um monte de coisas que interessam à cultura, à arte, ao turismo. Como é que pode, não sei. Só consegui ver o Belas Artes (gratuito).  Tem um acervo muito interessante, extenso, mas está meio derrubado. Por dentro as paredes estão sujas, há vários nichos/salas fechados, os banheiros são precários, a loja é escondida.  Mesmo assim, recebe muitos visitantes, sobretudo...tchan, tchan, tchan...brasileiros, quem diria.  Percebe-se que muitos não vão a museu na terra natal, mas não tem importância, pois aqui dedicam algumas horinhas a alimentar a alma.

Diferentemente do Malba (post de ontem), não aproveitam bem o espaço aberto e privilegiado que têm, não há folder  com o mapa do museu, não há folder sobre as exposições, enfim, coisa pública...e olha que o espaço que têm, a gama de artistas, o números de obras é de peso, mas muito mal aproveitado. Aqui cabe um bate-volta ao Brasil: o que estou dizendo não é bestagem de minha parte. Frequento vários espaços em SP e, como sempre menciono em meu blog, quase 100% das exposições que vejo em museus ou institutos ou órgãos, ou o que for, são muito bem montadas. O espaço é cuidado e pensado para cada exposição.  Minha referência para considerar o que se faz em SPda melhor qualidade é o que já vi fora (EUA e Europa). Aqui em BUE, o Malba faz isso, mas o BA não.  Dá a impressão de que penduraram as obras e ponto. Parece tudo meio empoeirado, feiinho mesmo. Na verdade, desvalorizam tudo o que têm ali, que não é pouco ou sem importância.  Enfim, BA de ponta a ponta, e vamos ao Marcelo (http://www.marcelorestaurante.com.ar/prensa_01.htm), restaurante em Puerto Madero e indicação de uma amiga.

Já passava das 14h, mas portenho come tarde, então tudo bem.  Quando cheguei, o restaurante já estava com pouca lotação. Fui bem atendida pelo garçom, muito simpático.  De novo: tem wifi...Escolhi um tagliatelle com camarões e rúcula que estava maravilhosésimo, acompanhado por um ótimo Chardonnay, depois sorvete de café com calda de frutas vermelhas e café. Saí de lá umas 15h30, flutuando...Que delícia!  Quando eu for para o céu (eu vou, tá, gente!), vou querer comer esse tagliatelle pelo menos uma vez por semana. Alguém aí em cima anotou?

Aí caminhar um pouco, mesmo com o sol escaldante, para visitar a Manzana de las Luces (http://www.manzanadelasluces.gov.ar/).  Fora o local onde há um restaurante (sim, dentro da Igreja de S. Ignácio praticamente, ou pelo menos em sua área), tudo derrubadíssimo. Mal cuidado de dar dó.  Tem só uma visita guiada às 15h, da qual peguei um rabinho. Sem a visita não se entra na área.  Uma recepcionista, que costurava alguma roupa sua, deixou que eu entrasse pelas áreas térreas.  Já deu para ver alguma coisa, mas tudo muito mal cuidado, vários espaços com acesso fechado. Só mesmo onde está o restaurante - aliás esquema bem montado, área que também conta com uma feira de artesanto permanente, é que a coisa está melhorzinha (vejam nas fotos), no mais muito tapume e muita deterioração.

Depois fui para o apartamento, pois tinha jantar especial . Fica para o próximo post.

Aleatórias:
  1. muita bermuda, sandália, short, minissaia pelas ruas da cidade: turistas e argentinos, sobretudo. Não estão aguentando o calor;
  2. nada a ver com a viagem, mas como deixo a tv ligada na CNN hispano, fiquei surpresa com uma entrevista que fizeram anteontem com o Walter Mercado (aquele do "ligue djá").  Foi um negócio de mais de uma hora, com foco, seriedade do entrevistador. Uma coisa!  E ainda por cima descobri que o WM é croata...valha-me!
  3. Há um problema com filas por aqui. Apesar de sermos subdesenvolvidos no Brasil em vários aspectos, esse traço de incivilidade está quase que eliminado. Aqui é um tal de tentar passar na frente, furar fila, não gostam da fila única, ou seja, no mínimo um tema de interesse antropológico;
  4. a partir de certa hora da tarde as ruas centrais mais movimentadas, sobretudo a Florida, ficam cobertas, coalhadas, tomadas por ambulantes. Lembram-se de como era lá nos calçadões do centro de SP?  Claro que ainda tem, mas bem menos devido à fiscalização intensiva.  Pois é, aqui é SP ontem.  Segundo o pessoal daqui, esses ambulantes são basicamente bolivianos, paraguaios, peruanos e argentinos. Brasileiro não tem. Vai saber...
  5. o corredor do prédio em que estou, o vizinho da porta aberta, os sons que saem dos apartamentos fizeram-me lembrar de Manuel Puig (http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Puig), escritor argentino que ficou conhecido sobretudo por O Beijo da Mulher-Aranha, mas escreveu muito mais. Isto aqui me fez lembrar de Boquitas Pintadas.

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