quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Carácoles! Qué día!

Não estou reclamando, não.  Foi um dia mais que ótimo, supermegablasterinteressante.

Comecei o dia acertando meu passeio de amanhã. Todo arreglado!

Depois fui visitar o Museo del Agua y de la Historia Sanitaria.  A Aysa, companhia de águas e esgoto argentina, recuperou o prédio e começou a realizar visitas guiadas (2a, 4a, 6a às 11h - de graça). Vejam as fotos e o link também (http://www.aysa.com.ar/index.php?id_seccion=189). O prédio é inacreditável!  Ocupa um quarteirão, foi projetado e construído por uma empresa inglesa, o que lhe garantiu solidez, beleza, racionalidade.  Basicamente, todo o revestimento externo foi produzido na Inglaterra e trazido para cá.  A parte de fundição é belga, os melhores à época na área.  Franceses também participaram dos finalmentes.  Ou seja, um edifício globalizado que resultou em algo lindo, que cumpriu sua função: armazenar água e alimentar a cidade de BUE do final do século XIX até meados do século XX.  No prédio havia 12 reservatórios que continham 72 milhões (milhões, gente) de litros de água. Ali, na Córdoba com Riobamba. A visita guiada é realizada por uma funcionária da Aysa.  Muitas informações interessantes, muita história, muito folclore.  São 45 minutos interessantíssimos. O ritmo é corridinho, mas dá para acompanhar perfeitamente. Sobram sempre perguntas no final, mas tudo é esclarecido com muito boa vontade.

O prédio está sequinho hoje, mas pensar que ali havia toda essa quantidade de água é de dar medo. Eu não moraria por ali tranquila. Aparentemente, à época, o pessoal que morava por ali também resistiu um pouco à construção do reservatório.  As peças que revestem a fachada, os canos, os medidores, as peças de metal, tudo mantido maravilhosamente, de uma beleza, qualidade impressionantes.  O museu é relativamente pequeno, não tem ar condicionado (estava quente pra caramba), não tem muita segurança, mas de momento cumpre seu papel. Valeu muito a visita.

Hora de cuidar da área gastronômica. Fui a um restaurante recomendado por uma amiga lááá em Nuñez.  Deu uns 20 minutos de viagem.  O trânsito continua tranquilo, mesmo assim é longinho.  Mas valeu conhecer o Sucre (http://www.sucrerestaurant.com.ar/sucre/default.htm).  Muito bonito, bem modernoso, em um lugar bem simpático.  Comi um peixe preparado com laranja e verdes, comi um flã tíbio de açúcar de cana e laranja com espuma de chocolate branco e frutas vermelhas, e um vinhozinho, claaroo. Café também, of course.  Não é barato, saiu uns R$ 80 (não é barato aqui, né?).Atendimento bem bonzinho.  Cheguei às 12h30, portanto fui a primeirona.. Aqui almoçam e jantam bem mais tarde que nosotros en Brasil. Começou a encher lá pelas 13h30, mas é muito grande, então quando saí (umas 14h) ainda tinha muito lugar.

Caminhei até a Libertador (viram como estou dominando a geografia da cidade?), vi ruas tranquilas, verdes, muitos prédios sofisticados. Já tinha passado com o táxi por Belgrano R(esidencial), onde também se percebe uma mudança em termos de padrão de prédios, casas, ruas, paisagismo.  Os dois bairros são muito bonitos e mais residenciais.  Na avenida peguei um táxi, pois a próxima parada seria o zoo da cidade.

O zoo oferece um passaporte por P$ 22. Nesse passaporte estão incluídas entradas para o aquário, ofidário,espaço tropical,além do acesso normal.   Montes de gente, mesmo sendo uma quarta-feira.  Só que foi um tanto decepcionante: saí com a certeza de quem é responsável por aquele zoo ODEIA animais de qualquer espécie.  Tudo muito sujo, abandonado, os animais estão em lugares deterioradíssimos.  A gente percebe que o projeto do zoo é fantástico. Há prédios lindos que estãocompletamente abandonados, caindo aos pedaços.  O aquário é do tamanho do de Santos, mais ou menos, mas bem largadinho. O ofidário é o que está melhorzinho. O tal do espaço tropical é um verdadeiro nojo.  O restante (jaulas ou espaços onde estão leões, ursos, macacos, etc.) é de dar dó. Uma pena mesmo. Aliás, isso me lembra que há muito tempo não vou ao zoo de SP.  Já incluído na lista. Não tenho ideia de como está nosso zoo também. Espero que esteja melhor que o daqui.

Depois do mundo animal, vamos para o mundo da arte: MALBA (http://www.malba.org.ar/web/home.php), museu dos Constantinis, aqueles que compraram o Abaporu,lembram-se?

Filas para entrar. Aliás quando eu já estava fazendo a visita, percebi que havia fila na calçada. A entrada é bem barata = P$10 ou meia =P$5. Hoje o museu fica aberto até 21h. Fica relativamente perto do zoo, uns 10 minutos de táxi. Ele não é tão grande, mas é muito bem aproveitado e bem bonito.  Além da coleção permanente, havia uma exposição de Marta Minujín (http://www.malba.org.ar/web/exposicion.php?id=108&subseccion=actuales). Muito interessante! Eu compararia a artista, de certo modo, a Laurie Anderson (http://mskeller.blog.terra.com.br/2010/11/11/um-pouco-mais-de-tudo/). São tempos diferentes, técnicas diferentes, acesso a outras tecnologias, mas a criatividade, inquietação, versatilidade são as mesmas.  Ao vivo, depois, conto algumas coisas que foram surpreendentes, e põe surpreendente nisso. Não deu para fotografar tudo e contar escrevendo vai virar romance, melhor ao vivo.  Valeu conhecer o museu e, sobretudo, essa exposição temporária. Ah, sim, na coleção permanente há obras de Di Cavalcanti, Palatnik, Cicero Dias, Ligia Clark, Krajberg, e vários outros brasileiros.

Agora vamos para a área política: Casa Rosada. Cris não estava, infelizmente, mas que fazer?  Não via a CR  há mais de década, a Plaza de Mayo e a Catedral, tudo ali pertinho. Lembrei que vi aquele espaço, pela primeira vez, em 78 ou 79, quando Jorge Videla governava o país. Isabelita estava presa, tinha soldado para todo lado, sempre devidamente armado. Havia toque de recolher. Ainda bem que BUE voltou a respirar democraticamente. A cidade merecia.

Depois, momento falta-de-juízo:Galerias Pacífico (http://www.progaleriaspacifico.com.ar/). Não comprei nada, tá, estou muito light nesse aspecto, mas aproveitei para rever o lugar. Também fazia um tempão, mas era bem como me lembrava: lojas ótimas, praça de alimentação boa, muitos quiosques bem montados, prédio lindíssimo.  Ronda feita, lanchinho tomado, resolvi voltar a pé para casa. Lonjinho, mas o dia estava claro, gostoso, então fui tranquila, olhando tudo, e muito contente por poder ter feito tudo o que fiz no dia de hoje.

Amanhã...surpresa!!!!!

link: http://picasaweb.google.com/miriamkeller/BUE512011?feat=directlink

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