domingo, 2 de janeiro de 2011

Um passeio quase radical


Podem olhar as fotos e vídeos à vontade...(http://picasaweb.google.com/miriamkeller/4X42012011?feat=directlink).  Hoje o negócio foi 4x4, em estrada de terra, com vistas deslumbrantes.

Imaginem que há pessoas que vêm anos seguidos para cá para tentar ver o Fitz Roy (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerro_Fitzroy) e não conseguem (como mencionei, o tempo que está fazendo por aqui está deixando os calafatenses tontos...não estão entendendo nada...), e minhas amigas, que foram para El Chalten trekkar, e eu, hoje, vimos o FR. E muito mais...nossa, não há o que não seja bonito nas paisagens daqui.  Dá vontade de sentar e ficar só olhando, só admirando.  Claro, que temos coisas lindíssimas no Brasil também. Eu mesma já me peguei com essa vontade muitas vezes por lá, mas aqui é tanta coisa junta, o tempo todo, que dá uma pena imensa de fazer meia volta e por o pé na estrada.

Hoje fiz um passeio com um 4x4 preparadíssimo (senão não dava para ir aonde fomos mesmo).  Muitas informações. Vou tentar passar tudo:
  • o guia (mais um muito bem preparado) confirmou o crescimento-monstro da cidade em menos de 10 anos (de 6,5mil para mais de 18mil, de 2000 a 2010);
  • perguntei sobre pessoas de idade - não vi nenhuma local.  Ele disse que deve haver uns10 dos que vieram para cá com o início da cidade (gente de 80, 90 anos), e justificou não haver muitos por aí porque o tempo aqui, em geral, sacrifica muito, sobretudo o inverno, o que acaba debilitando e encurtando a vida de muitos.  Pode ser.  Aceitei a explicação, por enquanto. Amanhã pergunto para o Mario, meu motorista-consultor;
  • os primeiros imigrantes foram espanhois e...iugoslavos, sobretudo os croatas...viram por que gostei tanto daqui de cara? Meu dna estava gritando dentro de mim;
  • durante o inverno, as grandes áreas que aparecem nas fotos como áridas, cheias de pedras, etc., ficam cobertas de neve.  Para manter o turismo, desenvolveram uma série de atividades, um tanto radicais, para utilizar esses espaços. Pelo que entendi, um tipo de esqui adaptado, banana-boat na neve, tobogã, e por aí vai;
  • como a cultura mudou de gado e alguma plantação para turismo por vários motivos (abertura do Canal do Panamá, mudança de clima, etc.), as estâncias (fazendas, sítios), além de continuarem a explorar sua atividade normal, "alugam" a passagem por suas terras. E.g., o passeio de hoje foi por uma propriedade privada de ponta a ponta. O guia abre porteiras, depois fecha e tranca, ou seja, ele tem a chave da casa para acessar as rotas dentro da propriedade;
  • a água que abastece a cidade vem de rios e sobretudo do Lago Argentino;
  • aqueles espaços que mostrei em fotos, imensos e secos por ora, realmente vão se encher até fevereiro/março com o degelo sobretudo, e menos com as chuvas;
  • vimos condores voando!  Passarinhos vieram comer em nossas mãos.  Montes de coelhos (são coelhos europeus) enormes correndo para lá e para cá.  Disseram que há raposas e muitos roedores, mas hoje não vimos nenhum desses animais;
  • voltando para o hotel, passamos por uma área bem alta da cidade, no lado oposto ao do hotel em que minhas amigas estão.  Há muitas construções novas. São galpões pré-fabricados ou de metal.  Há uma pequena metalúrgica, oficinas, vários galpões de negócios de turismo.  Muito interessante, pois esses "monstrões", se comparados às casas, hoteis, albergues, negócios da cidade, estão completamente fora do "perímetro urbano", o que não contamina a cidade, pelo menos por enquanto;
  • conversei com um casal (do Tatuapé) que esteve em Ushuaia. Apesar do frio que faz por lá, mesmo nesta época, parece interessante. Quem sabe um dia.
A cidade está florescendo, o turismo aqui é fortíssimo. Ontem tinha até congestionamento de gente nas calçadas, nos restaurantes.   Só espero, como já disse, que saibam controlar esse crescimento para que não percam suas grandes riquezas sobretudo para si mesmos.

Amanhã vou para BUE, então post acho que só na terça.

Já estou com saudade de El Calafate.

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