domingo, 26 de dezembro de 2010

Filas, filas, filas, filas


Então, já estou começando a gostar duma filinha...Brinca...

Do começo: no final não usei minha linda mala vermelha nova.  Fui com nossa velha conhecida, a prata, e minha frasqueira, velhíssima de guerra (deve ter uns 20 anos), e uma sacola de mão.  Na medida...

Sábado, dia de embarcar. Táxi devidamente agendado.  Fui mais cedo para Cumbica por temer a bagunça em que se tornou o serviço aéreo no Brasil e porque queria aproveitar e tirar minha carteira internacional de vacinação, como mencionei em post anterior (http://mskeller.blog.terra.com.br/2010/12/21/sol-e-chuva-casamento-de-viuva/). Se a gente está no Terminal 1 tem de atravessar o aeroporto, praticamente, e tomar um elevador para o térreo. Lá está a salinha da Anvisa. Como meu check-in ainda não havia começado, desci com a bagagem. Surpreeesaaa! Não deixam a gente entrar com o carrinho de bagagem na sala...aaaah, tááá.  A recepcionista até que foi legalzinha, deixou que eu colocasse as malas para dentro, mas o carrinho, não! Ordens da Infraero.

Fui atendida prontamente por uma técnica muita simpática que me disse dos cuidados que deveria tomar durante a viagem (só água mineeral, gelo, não=procedência duvidosa, etc.). Aí ela pergunta: você não tomou a antitetânica? Eu disse que havia tomado 10 anos antes junto com a vacina contra febre amarela, mas como são 3 doses preferi não tomar agora, quando do reforço da de febre amarela. Ela disse: mas se você já tomou uma vez as 3 doses só precisaria de uma agora. Basta o comprovante da vacinação anterior. Ou seja, a pessoa que me atendeu no Pasteur viu que a antitetânica estava vencida, eu poderia ter tomado o reforço ali, mas o inepto não me disse isso. Eu realmente nem perguntei, pois para mim seriam 3 doses e, sendo assim, preferiria tomar em outra ocasião.  Ou seja, agora vou ter de achar uma cópia (destruí o original, pois nem imaginei que haveria necessidade para o caso da antitetânica) de meu atestado antigo em que constam as 3 doses da antitetânica, para poder tomar uma dose só de reforço.  Francamente!!! A pessoinha não poderia ter me alertado, perguntado? Afinal, faz isso todo dia e deve saber que o público não tem esse tipo de informação facilmente. Enfim...

Depois da vacina, a caminho do 1o. andar novamente. A Aerolineas só abre o check-in 3 horas antes do voo, então esperei um pouco até que aparecesse o aviso do check-in no painel. Lá fui eu para a fila.  Uma bagunça! Filas que se cruzam, estão de um lado e vem o pessoal da Infraero e muda a direção da fila, uma coisa!  Já havia feito o check-in na web (não dá para viver sem essas maravilhas que a tecnologia nos dá), então fui a um posto de informação (no balcão da Aerolineas não havia ninguém) e perguntei se havia normalmente um balcão especial para quem já tivesse feito o check-in atecipado (perguntei porque não havia nenhuma sinalização na área da Aerolineas e é isso que acontece com a KLM, por exemplo, e em aeroportos fora daqui). Resposta: não sei, isso é com eles. Eles quem? Resposta: a companhia aérea.  Aaaaah, tááááá....

Então, fui para a fila. Sorte minha!  Fui a 4a. da fila (na minha frente dois grupos colossais de uma mesma família e um casal). As amigas que viajaram comigo chegaram uns 30 minutos depois, exatamente quando apareceu o pessoal do balcão da Aerolineas. Perguntaram e foram informadas que check-in antecipado pegava a fila da executiva.  Como eu estava no começo da fila comum/econômica fiquei por lá mesmo.  Demorou um pouco porque a tal família era grande, viu!  E aí abre-se uma mala, para procurar não sei o quê, e demora, demora, e aquela falação, algazarra, deixando o pessoal da companhia aérea tontinho. Não bastasse isso, um voo lotado, fila enorme, e só duas posições funcionando e apenas um funcionário (unzinho) identificando e colocando bagagens na esteira.  De qualquer maneira, acho que a coisa até fluiu bem.  Eu fiz meu check-in em menos de 5 minutos. Minhas amigas amargaram uma espera colossal na tal fila especial, pois um casal que estava duas posições à frente delas aparentemente tinha algum problema colossal que o pessoal do balcão não conseguia resolver. Ficaram bem uns 20 a 30 minutos no balcão.

Aí fiz minha liberação pela Polícia Federal, passei no free-shop, e me acomodei para esperar o voo que,claaarooo, atrasou.  O atraso foi de uns 40 minutos.  Embarcamos, tudo certinho, atrasado, mas no final chegamos bem a BUE.

Algumas observações:
  1. Cumbica não tem mais jeito. Tem de fechar e reformar tudo ou abrir outro aeroporto.  Não adianta ficar fazendo puxadinhos;
  2. tudo ali é lotado: lanchonetes, banheiros, área de espera, e tudo é caro: um lanchinho que tomei ficou em $18 = isotônico, uma empanadinha de frango, uma bananinha;
  3. acho que o comissário do voo para BUE fez treinamento com meu amigo PauloF.  O tom, o ritmo, o anasalado eram iguaizinhos! O inglês um horror(o do PF é muito bom)! Impossível entender o que ele dizia.  
O voo até BUE correu muito bem.  Agora, é uma pobreza o tal lanchinho da Aerolineas. Tanto no percurso SP/BUE quanto BUE/El Calafate (este de mais de 3 horas), foram servidos uns lanchinhos sem-vergonha, secos, sem gosto.  No voo até BUE nem café tinham para oferecer.  Uma coisa!  Os aviões são ou bem velhos ou mal mantidos (cadeiras que se inclinam porque estão soltas, e.g.).  De todo jeito, o pessoal de bordo tenta ser simpático e é até eficiente.

Felizmente o voo até BUE desce no Aeroparque, então a viagem de taxi até o hotel é de uns 20 minutos.  Mesmo sendo perto de meia noite a cidade estava fervendo.  Noite linda e gostosa! Não fotografei BUE à noite, infelizmente. Na volta, quem sabe...A cidade, à noite, é linda, iluminada de ponta a ponta.  A gente consegue perceber as grande avenidas, os bairros residenciais, os prédios, as áreas verdes. Linda, linda,linda. Aí, lembrei da minha amadíssima SP.  Não poderia ser assim? Por que estamos na idade das trevas em casa? Percebi a diferença comparando o levantar voo em SP (saindo da região de Guarulhos) e o descer em BUE. Como eu queria...

Tanto o táxi do aeroporto para o hotel ontem, quanto do hotel para o aeroporto, hoje, ofereciam preços fechados. Claro que mais caro que se fosse bandeirada tão simplesmente, mas os carros vieram prontamente, eram razoáveis, e os motoristas foram 10.  Para quem vivencia andar de táxi em SP atualmente, foi um refrigério, até porque o caro por aqui é baratíssimo na comparação.

Passamos a noite no hotel Amerian (http://www.amerian.com/index.php?page=vista_hotel_principal.php&id=1). Bem bom, atendimento ótimo,apartamentos excelentes, café da manhã bacana, check-out rapidinho. Preço aproximado US$ 200/ 2 pessoas, com taxas e café incluídos. 

Neste link há fotos sobre este começo de viagem: ttp://picasaweb.google.com/miriamkeller/BUEBARICAlafate?feat=directlink.

Ontem, quando chegamos no Aeroporque, deu para perceber que está tudo novinho. O aeroporto ficou fechado um tempo e reabriu recentemente. Apesar de ser muito menor que Ezeiza, o free-shop ali é quase igual ao nosso de Cumbica em cada terminal.  O serviço de imigração é ruim como em quase todos os lugares do mundo. Fila, espera, gente mal-humorada.  Hoje quando voltamos para lá, para embarcar para El Calafate, o bicho pegou. Filas, filas, filas...vejam o vídeo no link acima. Sorte que chegamos bem cedo, senão, não sei não. Também tínhamos o check-in antecipado, mesmo assim a fila dedicada ao embarque desses passageiros demorou uma barbaridade. No final deu tudo certo.

Saída praticamente no horário, e chegada em El Calafate (http://www.calafate.com/)  idem, com parada de 30 minutos em Bariloche.  

O aeroporto de El Calafate é micro e recebe muita, muita gente.  Segundo soube do pessoal dali são entre 10 e 15 voos diários.  A alta temporada vai de começo de novembro a final de fevereiro, depois a cidade morre.  Já deu para ver que o lugar é lindo (amanhã vou caminhar pela cidade e na terça vou me aventurar pelos glaciares: se eu não mandar notícia, só quando aquilo derreter daqui a uns milhares de anos...).

Minhas amigas partiram de ônibus para El Chatén (http://www.elchalten.com/): 3 vão fazer trekking pelas montanhas, trilhas, etc., e duas ficarão em El Chatén para explorar as redondezas.  Todas estavam devidamente mochiladas e imbuídas de espírito aventureiro.Eu já me acomodei no hotel (bem bacaninha, pequeno, bom atendimento - http://www.calafateparquehotel.com.ar/, todas as facilidades: wifi, tv a cabo, aquecimento no quarto, cama megahiperblaster - dá para dar uma festa nela, banheira, massagem, etc.). Já vi que o centro da cidade é pequeno (a cidade tem 18 mil habitantes), mas bem bonitinho.  Também vi para que lado fica o lago (aliás, os lagos) , por onde quero passear muito por estes dias.

Agora olha o que aconteceu: o motorista que me levou do aeroporto ao hotel (Mario) é descendente de iugoslavos da Dalmácia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalm%C3%A1cia), que é parte da Croácia, de onde eram meus avós e meu pai. A Dalmácia é a parte mais bonita e forte em turismo da região, e separatista também. Como meu espanhol é bastante bom e eu nãããooo gosto muito de falar, foram 25 minutos de muito exercício maxilar.  Já me deu o cartão, já vou fazer algumas coisas com ele, que, segundo disse, quer trocar mais ideias sobre a história do país de origem de parte de nossas famílias. Ah, ele até sabe falar um pouquinho de croata (aprendeu com os avós).  O mundo é pequeno e as coincidências estão em cada esquina, afinal nem sei por que o assunto surgiu...

Estava quase me esquecendo: no voo SP/BUE sentou uma menininha, ruivinha, de 8 anos, entre mim e uma amiga .  A menina é superarticulada, inteligente, tem um vocabulário impressionante, uma verbalização de orador.  Dois momentos hilários:  ofereci o alfajor que veio com o lanche terrível que serviram e que ela não pegou. Resposta: Obrigada, mas não como chocolate à noite.  Hein???!!! (é aquela coisa de que o chocolate deixa a criançada ativa. Mas isso vir espontaneamente de uma menina de 8 anos???).   Quando estávamos descendo em BUE, comentei que a cidade era linda, a vista maravilhosa, aí ela se saiu com descrição de Paris:  é lindo quando você desce em Paris!  Você vê as luzes, a torre Eiffel. Assim ao longe parece que a torre está flutuando.  Uma coisa linda!  Minha amiga perguntou: você gostou de Paris? Resposta: Não conheço.  Minha amiga: e como você sabe tudo isso? Ah, é que uma amiga foi para lá e me contou.  Vai ter imaginação e verbo assim lá adiante...Muita linda, esperta, inteligente...e como fala...

Bem, espero que minhas amigas façam uma boa viagem, boas caminhadas, boas explorações, e que fiquem bem.  Eu vou continuar com meu passeio-descanso por El Calafate.  Assim que tiver novidades, ponho aqui no blog.

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